5.5.08

O princípio do vazio

Ontem recebi um mail '.pps', daqueles que geralmente só abro, ou porque tem mesmo um nome muito apelativo ou por respeito às pessoas que me o mandam.
Este tinha como titulo o 'princípio do vazio', e no fundo era um conjunto de frases que tinham como pano de fundo imagens de capitais europeias. Entre muitas banalidades, uma ou outra frase deixou-me a pensar, como a que dizia que tínhamos de criar um vazio dentro de nós, para deixar entrar novas coisas, sentimentos e pessoas na nossa vida; que não devíamos guardar objectos que já não utilizamos, roupas que já não usamos, sentimentos ‘ruins’, rancores, dissabores….

(suspiro)…

(outro suspiro)…

Está tão difícil ter um pensamento coerente e lógico… Tão depressa sou um turbilhão de emoções, sentimentos, duvidas, certezas, desilusão, esperança… Como sou um vazio… simplesmente um vazio… uma apatia... como que um hibernar acordado...

(suspiro)..

35 anos.
O que faz e o que não faz sentido, quando chegamos a esta altura da vida?...
Nunca liguei, nem estive presa a idades.
Simplesmente sou.
Sou o que sinto.
Sou o que recebo dos outros.
(Re)ajo pelo que sinto…
Sou o que sinto…
..O que sinto eu?
Talvez uma dor…
Talvez um vazio…
Talvez um recomeçar de novo…

(suspiro)…

O que faz e o que não faz sentido?...
O que me interessa?
Serei interessante para os outros?
De que forma me importam os outros??
Serei importante para os outros?
O que faz e o que não faz sentido?...

2 comments:

MissNutz said...

:/

POC said...

"Sou o que sinto."
Há tempos, num qualquer site de astrologia ou coisa parecida, esta era "a" frase que me caracterizava. Não a registei no momento e acabei por me esquecer da exacta sequência destas 4 palavras... Acaso dos acasos (ou não) vim encontrá-la precisamente aqui!

Lembro-me de tb já ter visto esse mail, embora não me lembre dele na integra, nem tão pouco mais ou menos, mas lembro-me do que descreves. Percebo o sentido, mas não concordo com o "criar um vazio", gosto de me sentir cheia e pesa-me quanto mais vazia me sinto... Acho, por outro lado, que por vezes estamos tão emaranhadas em sentidos e sentimentos que nos esquecemos ou optamos mesmo por não ter as portas abertas a "novidades" que possam estremecer o que temos, preservamos ou tentamos proteger. Quando damos conta, não só nos mantivemos fechados a novas coisas (entenda-se coisas como pessoas, relações, sentimentos, experiências...) como também nos afastámos de uma imensidão de coisas que nos eram importantes. Vamos aprendendo.

Quanto aos objectos e afins, tenho uma imensa dificuldade em me livrar deles... Muitos não me servem para nada é certo, muitas vezes estão escondidos e passo eternidades sem os ver e lembrar sequer, mas não me consigo desfazer deles... São meus.

Gosto de viver "numa boa", em paz comigo mesma e com os outros. Tenho tendência para deixar passar certas coisas e não lhe dar grande importância, é-me dificil criar ódios e rancores. Quando os crio, normalmente já vêm numa longa batalha e torna-se ainda mais dificil desfazer-me deles, talvez porque são mesmo sentidos.

Acredito que da forma que (todos) os outros são importantes para nós assim nós somos para eles. Nem sempre de um modo recíproco, talvez nem o seja na sua maioria. Mas tal como nos identificamos mais com este ou com aquele, ou como o outro ou aqueloutro nos é mais indiferente, assim nós somos para os outros.
Importam-nos aqueles que dão sentido aos nossos sentidos. Aqueles que nos transmitem valores. Aqueles que te levam a dizer que és aquilo que recebes deles. Importa o quanto cresces com isso. Do mesmo modo, também tu serás assim importante para alguns desses outros.

Pelos menos, é assim que (agora) vejo as coisas...